Entre os dias 30 de março e 1º de abril, a SPDM – Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina, a Associação Médica Brasileira (AMB), a Associação Paulista de Medicina e a Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina realizaram o I Simpósio Internacional sobre medicina em desastres, coordenado pelo dr. José Luiz Gomes do Amaral, vice-presidente da SPDM e presidente da AMB. A iniciativa conjunta, que objetiva capacitar os médicos para atuar em situações de catástrofe e formar multiplicadores, reuniu especialistas nacionais e internacionais. Segundo o dr. Rubens Belfort Jr., presidente da SPDM, a rede SPDM – Hospital São Paulo, dez hospitais afiliados e Programa de Atenção Básica e Saúde da Família – está mobilizada no sentido de se estruturar para esse tipo de ocorrência e treinar a população para o enfrentamento de catástrofes, bem como adotar medidas preventivas.
Conforme a AMB, aconteceram 133% mais catástrofes que afetaram 76% mais pessoas entre 2000 e 2009 em comparação ao período entre os anos de 1980 a 1989. Desde o início da década, ocorreram em média, no mundo, 484 desastres naturais por ano. Somados, esses acontecimentos provocaram cerca de 1 trilhão de dólares em prejuízos, provocando a morte de 1 milhão de seres humanos.
A cerimônia de abertura do simpósio, conduzida pelo dr. José Luiz Gomes do Amaral, teve a participação de representantes das secretarias de Saúde do estado e do município; Ministério da Defesa, diretoria de Saúde da Marinha, Exército e Aeronáutica; Polícia Militar de São Paulo/Corpo de Bombeiros; Serviço de Atendimento Móvel de Urgência; hospitais públicos e privados. Além dos especialistas brasileiros, o evento contou com a presença de palestrantes da Sociedade Portuguesa de Cuidados Intensivos, também credenciados pela Sociedade Americana de Terapia Intensiva. Durante seu discurso, Amaral lembrou as recentes tragédias do Haiti, do Chile e de Angra dos Reis e os conflitos do norte da África e Oriente Médio, afirmando que a sociedade precisa se mobilizar de maneira harmônica nessas situações.
O ponto alto do evento ficou por conta da participação do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que discursou para os presentes, no anfiteatro Leitão da Cunha. O ministro falou da importância do evento, lembrando que atualmente os desastres estão entre as principais causas de morte no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Segundo Padilha, os próximos passos do ministério são elaborar um protocolo nacional de enfrentamento a desastres e criar um programa permanente de capacitação, aproveitando a capacidade dos hospitais federais.