A ONU alertou nesta terça-feira para um iminente “colapso total dos sistemas de saúde” dos países afetados pela epidemia do ebola na África Ocidental, onde o número de mortos aumentou por doenças comuns pois os pacientes não estão recebendo o tratamento que necessitam.
A secretária-geral adjunta da ONU para Assuntos Humanitários, Valerie Amos, revelou que mais pessoas estão morrendo devido a patologias como tuberculose, malária e enfermidades crônicas do que por ebola. Amos mencionou ainda o aumento das mortes de recém-nascidos em função da situação crítica em que se encontram os hospitais, principalmente na Libéria e Serra Leoa.
Mas mais de 22 milhões de pessoas vivem em áreas onde existe uma transmissão ativa do vírus do ebola e desta população quase 4,3 milhões se encontram em zonas nas quais foram registradas pelo menos 20 mortes pela doença.
“O grande número de casos em locais de alta densidade demográfica e, de maneira simultânea, em aldeias remotas de difícil acesso, fazem com que o surto seja particularmente difícil de conter”, revelou hoje a ONU ao lançar um plano de contenção da doença que requererá US$ 1 bilhão.
Este valor é necessário “para se seguir na frente do vírus e não atrás”, como ocorreu até agora, e também para se lançar programas de prevenção em todas as comunidade potencialmente afetadas, explicou o diretor-geral adjunto da Organização Mundial da Saúde (OMS), Bruce Aylward. O coordenador da ONU para a luta contra o ebola, David Nabarro, disse que a avaliação se baseia no fato do alcance e gravidade da epidemia ter se duplicado neste período.
A OMS afirmou hoje que o número de pessoas infectadas aumentou para 4.985, das quais a metade (2.461) morreu, o dobro do registrado há apenas 21 dias.
Fonte: Revista Galileu