Uma iniciativa do Hospital Municipal Dr. José de Carvalho Florence (HMJCF), unidade da Prefeitura de São José dos Campos administrada em parceria com a SPDM – Associação para o Desenvolvimento da Medicina, está aprimorando ainda mais a assistência qualificada e humanizada aos pacientes da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Adulto. Trata-se do projeto “Quem Sou Eu”, realizado na unidade há quatro meses e que consiste em conhecer as pessoas que estão internadas em situação grave, muitas vezes impossibilitadas de se comunicar e se fazer reconhecer.
Desde dezembro de 2017, o HMJCF está inserido no projeto “Melhorando a Segurança do Paciente em Larga Escala no Brasil”, uma parceria entre o Ministério da Saúde, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (PROADI), o Institute for Healthcare Improvement (IHI) e cinco hospitais de excelência. Um dos objetivos do projeto, que conta com a participação de outros 119 hospitais espalhados pelo Brasil, é reduzir as infecções em UTIs e promover a evolução do cuidado atual oferecido pelas instituições para o cuidado centrado no paciente. Dentro desse objetivo, há oito meses o HMJCF passou a permitir a presença de acompanhantes na UTI por um período de oito horas, das 12h às 20h, diariamente. E foi neste contexto que surgiu o projeto “Quem Sou Eu”.
“O maior objetivo desse projeto é conhecer o que importa para o nosso paciente. Conseguimos ofertar um cuidado mais humanizado quando conhecemos melhor quem precisa dos nossos recursos e, muitas vezes, é possível atender a desejos e vontades que contribuem para a recuperação”, explica o diretor da unidade Carlos Maganha. Por meio do “Quem sou eu”, uma ficha com as informações pessoais do paciente é afixada ao lado do seu leito, podendo ser preenchida pelo mesmo (quando se encontra consciente) ou por um familiar. A ficha vai conter campos como: nome e apelido, local de nascimento, estado civil, profissão, religião, filhos, animais de estimação, gostos e preferências. O preenchimento é livre e há auxílio da psicóloga do setor caso haja alguma dúvida.
Assim, bolos caseiros, fotos de família, ter contato com familiares menores de idade por alguns momentos fora da UTI, sair ao ar livre e até fazer carinho em animais selecionados fazem parte da rotina da UTI do hospital. “Todas as ações são previamente discutidas pelos profissionais envolvidos no cuidado e realizadas de acordo com as regras de qualidade e segurança da instituição”, destaca o diretor.
O projeto cria uma relação de empatia entre a equipe e os pacientes, contribuindo para a recuperação e ajudando a reduzir o sofrimento psicológico associado à internação hospitalar.