Meta é ampliar o atendimento no Alto Vale do Paraíba, incluindo outras sete cidades em 2016
Até agosto de 2014, São José dos Campos contava com um programa chamado Resgate Saúde, do Corpo de Bombeiros, para prestar atendimento pré-hospitalar aos seus habitantes. Com a criação, em setembro do mesmo ano, do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), gerenciado pela SPDM – Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina em parceria com a prefeitura de São José dos Campos, a população da região ganhou, em média, 1.200 atendimentos mensais a mais – isso porque a equipe do Corpo de Bombeiros continua atendendo ocorrências na região.
“Quando a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina assumiu a missão de gerenciar o SAMU, por meio do Hospital Municipal Dr. José de Carvalho Florence, a estrutura de pré-atendimento hospitalar contava com apenas uma viatura de suporte avançado e duas de suporte básico. Hoje, são duas viaturas de suporte avançado e sete de suporte básico. A equipe de atendimento saltou de nove integrantes para 25”, explica Fernando Fonseca, Médico Coordenador do SAMU de São José dos Campos.
Neste primeiro ano de atuação, entre setembro de 2014 e agosto de 2015, o SAMU recebeu 21.437 chamados pela linha telefônica 192, resultando em 14.293 ocorrências atendidas na cidade de São José dos Campos e no distrito de São Francisco Xavier. O tempo entre uma chamada e a chegada da equipe ao local diminuiu cinco minutos em comparação com o atendimento feito pelo Resgate Saúde até agosto do ano passado, com o tempo de resposta passando de 18 para 13 minutos.
“Na região, a criação do Serviço representou uma melhoria de qualidade e humanização da assistência. Ainda é cedo para falar no seu impacto em relação à mortalidade, mas a redução do tempo médio de deslocamento é um indicador que aponta para o caminho certo”, comemora Fernando.
Atendimento eficiente
Antes da criação do SAMU, os pacientes atendidos eram encaminhados ao Hospital Municipal. Hoje, há um monitoramento dos atendimentos e uma integração com todo o serviço de saúde do município. “Para maior eficiência no atendimento, estruturamos o Programa Continuado de Prevenção, focado nos três principais agravos de urgência/emergência: infarto agudo do miocárdio, doença encefálica vascular e trauma”, explica Fernando. Atualmente, motivos clínicos (38% dos casos) e traumas (22%) respondem por 60% dos atendimentos do Serviço.
Trotes permanecem um problema
As falsas chamadas para serviços de urgência e emergência são crime previsto no Código Penal Brasileiro, que estipula, no artigo 266, detenção de um a seis meses para quem o pratica.
“Na maioria das vezes se trata de crianças em períodos ociosos e sem supervisão de adultos. No caso do SAMU de São José dos Campos, os trotes representam 30% das chamadas ao Serviço. O problema maior é que deixamos de atender um caso grave porque alguém achou isso divertido, mas essa prática pode custar vidas”, salienta o Coordenador.
A meta agora é a expansão do atendimento, que passará a contar com bases em mais sete cidades da região do Alto Vale do Paraíba (Jacareí, Caçapava, Igaratá, Santa Branca, Jambeiro, Paraibuna e Monteiro Lobato). A expansão começará em outubro de 2015 e tem previsão de término para o primeiro semestre de 2016.