Uma das questões enfrentadas por quem está prestando auxílio a uma pessoa que está passando mal é: o que fazer até o atendimento de urgência chegar? E muitas vezes, quem se vê nessa situação são crianças e adolescentes. Desta forma, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) do Alto Vale do Paraíba, gerenciado pela Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM) promove o projeto “Samuzinho”, que oferece treinamentos para estudantes em escolas sobre diversos temas, dentre eles,como proceder neste momento.
“Repassamos esse conhecimento à crianças e professores, utilizando materiais de fácil acesso. Assim, após o exercício, eles podem replicar esse conhecimento”, afirma Fernando Fonseca, médico coordenador do Samu Regional do Alto Vale do Paraíba. Para simular uma reanimação cardiopulmonar, por exemplo, é utilizado um travesseiro com uma garrafa pet em seu interior, aparentando um tórax humano, coberto com uma camiseta com o passo a passo da reanimação.
Nos treinamentos, são passadas informações que vão desde o telefone 192 do Samu, até procedimentos de segurança. Até o momento, já foram visitadas 19 unidades de ensino, com treinamento de 500 participantes. “Esse projeto é de fundamental importância, pois ajuda a aumentar as chances de sobrevivência de quem necessita de atendimento de emergência”, completa Fonseca.
Confira abaixo o passo a passo do que fazer até o Samu chegar ao local de atendimento.
– Ao encontrar alguém que necessite de ajuda, a primeira coisa a ser feita é acionar o Samu por meio do telefone 192, repassando o maior número de informações possível.
– Logo após, é importante analisar o que aconteceu e a segurança do local. “Se foi um atropelamento, por exemplo, sinalize a via, fique atento à passagem de veículos. Lembre-se que o acidente pode se repetir, por isso, segurança em primeiro lugar”, completa o médico.
– Em seguida, observe as condições da vítima, inclusive sua respiração, verificando sua resposta a estímulos.Em caso de trauma, o ideal é não movimentar o indivíduo e focar no chamamento do serviço.
– Caso se trate de uma urgência clínica e a pessoa não esteja respirando, uma técnica que pode ser aplicada é de reanimação cardiopulmonar. “Entre os mamilos da vítima, estique os braços e apóie as mãos sobrepostas, utilizando o peso do corpo para comprimir o tórax”, diz Fonseca. A freqüência ideal é de 100 movimentos por minuto, sendo que quem aplica a técnica deve imaginar uma pressão que gere 5 centímetros de profundidade no tórax de um adulto e 2,5 centímetros em crianças pequenas(confira o vídeo com todas as orientações clicando aqui).
– A respiração boca a boca é indicada apenas se a pessoa estiver segura para a realização do procedimento, e possuir condições para isso. “Nesse caso, realize 30 compressões no indivíduo, incline a cabeça do mesmo para trás, verifique se não há alguma obstrução de vias aéreas, tape o nariz da pessoa, comprima sua boca com a dela e expire o ar por 2 vezes. Repita o procedimento até a chegada do Samu ou até a vítima voltar a respirar”, afirma o coordenador.
– Caso o paciente apresente movimentos, respiração e não necessite de reanimação, como em crises convulsivas, desmaios, acidente vascular encefálico e hipoglicemia, quem estiver prestando socorro deverá apenas proteger a vítima, evitando que engasgue com vômito (se possível deitando-a de lado) e aguardando a chegada do SAMU.
– A equipe do Samu pode oferecer orientações por telefone em caso de dúvidas, auxiliando no atendimento até a chegada da equipe ao local.