A UTI neonatal do Hospital Geral de Pedreira, localizado na Zona Sul da capital paulista, desenvolveu a iniciativa “Toque que Transforma”, que consiste em uma série de cuidados para melhorar o acolhimento dos bebês internados e de suas famílias. A unidade conta com profissionais especializados em recém-nascidos que são, muitas vezes, prematuros.
“Quando um bebê chega à UTI neonatal, precisamos acolher também os pais, pois eles não se prepararam para aquele momento. A mãe se prepara durante toda a gestação para o parto, mas nunca para ter um filho na UTI”, diz Antonia Pedroso Souza, enfermeira clínica responsável pela UTI neonatal do Hospital Geral de Pedreira.
Uma das iniciativas presentes na UTI neonatal é a mão terapêutica. Trata-se de um travesseiro ergonômico que simula a mão materna. Ele é confeccionado no próprio hospital e permanece em contato com a pele da mãe por algumas horas para que fique com o cheiro dela. Depois, é colocado junto ao bebê para proporcionar conforto e causar uma sensação de proteção no recém-nascido, diminuindo o estresse.
A UTI neonatal é um local desconfortável por causa das luzes, do barulho e do excesso de manipulação. Por isso, três vezes por dia ocorre o chamado “horário do psiu”. Nestes momentos, durante uma hora, é reduzida a luz do ambiente e não é feito nenhum procedimento para que os bebês possam descansar e relaxar.
Outra iniciativa é o uso de uma redinha, similar à de balanço, que fica dentro da incubadora. O objetivo é criar para o bebê um ambiente que simule os estímulos e sensações do útero materno, o que traz conforto ao recém-nascido. Para ajudar a promover o bem-estar dos pacientes, há também o banho de ofurô. O bebê fica em posição fetal, coberto por água morna até a altura dos ombros. O ambiente resgata a lembrança uterina, proporcionando aconchego ao bebê.
Mais um cuidado que traz benefícios para o bebê é o Método Canguru, em que o recém-nascido é colocado em posição vertical contra o peito do pai ou da mãe, promovendo o contato pele a pele. O método estabiliza a temperatura, estimula a amamentação, acalma o bebê e fortalece o vínculo afetivo com os pais.
“Aqui temos um olhar mais acolhedor tanto para o paciente, quanto para os pais. Tentamos fazer deste ambiente o menos hostil possível, já que o bebê acabou de deixar o ventre da mãe e ainda não pode ficar diretamente com ela”, completa Antonia.
Esses procedimentos proporcionam bem-estar e trazem benefícios à saúde do recém-nascido, pois, ao reconstruir o ambiente intrauterino, o pequeno se sente mais protegido e relaxa, normalizando os batimentos cardíacos e a frequência respiratória.