O câncer de mama é o segundo tipo mais frequente no mundo e o mais comum entre as mulheres. Mas não é exclusivo delas. No homem, o câncer de mama é mais raro e representa menos de 1% dos casos, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA).
“O câncer de mama masculino é uma doença pouco conhecida, mas existe. Como a maioria dos cânceres, não se sabe a causa, mas existem alguns fatores de risco: aumento de estrogênio (hormônio feminino) no sangue, idade, histórico familiar, Síndrome de Klinefelter, entre outros”, explica Simone Elias, mastologista coordenadora da Casa da Mama, ambulatório de Mastologia do Hospital São Paulo.
O surgimento do câncer de mama em homens ocorre, geralmente, entre 60-70 anos e é percebido quando os sintomas já estão evoluídos: “geralmente os homens procuram o médico com queixa de nódulo duro e indolor atrás da aréola em uma das mamas.
Dependendo do tempo de evolução, pode ter retração do mamilo, sangramento e até ferida”, relata a mastologista.
Para confirmar o diagnóstico são realizados, além dos exames clínicos, mamografia – realizada apenas quando existe suspeita de nódulo –, ultrassonografia e biópsia. Isso porque o principal sintoma, um nódulo endurecido atrás do “bico” do peito, principalmente em pacientes acima de 50 anos de idade, pode indicar outros problemas, como ginecomastia, lipomas e abscessos, por exemplo.
Além dos cuidados básicos com a saúde, como prevenção de obesidade e consumo moderado de bebidas alcoólicas, o câncer de mama não tem prevenção. Nos homens, exames preventivos como autoexame e mamografia não são fazem parte da rotina. Por isso esse tipo de câncer em pacientes homens é muito preocupante.
“Essa regra de quanto mais cedo o diagnóstico é melhor, vale para o câncer de mama masculino também. Porém como é uma doença rara, em que nem paciente nem médicos desconfiam logo de início, e sem grandes sintomas, que não doem, os homens chegam com o tumor mais avançado. Cerca de metade dos pacientes do sexo masculino com câncer de mama chegam ao diagnóstico já no estágio III, localmente avançado ou IV, metástase à distância, principalmente pulmões e ossos”, afirma Simone.
O tratamento segue as mesmas recomendações do câncer de mama feminino, com mastectomia (retirada total ou parcial da mama, associada ou não à retirada dos gânglios linfáticos da axila), quimioterapia, radioterapia e hormonioterapia.
Conhecer o próprio corpo e notar todas as alterações pode fazer toda a diferença em um diagnóstico precoce, com tempo hábil para a cura. Não tenha receio de falar com o seu médico se notar qualquer diferença.