O nascimento de um bebê vem acompanhado de muitas novidades para os pais, principalmente para aqueles de primeira viagem. E justamente o primeiro ano do bebê é um verdadeiro turbilhão de novas descobertas! São novas emoções, novas habilidades, alterações no sono, no apetite, mudanças de comportamento, às vezes mais intensas ou menos intensas. Sem falar nas dúvidas: quando o bebê vai sorrir? Quando vai sustentar a cabeça? Sentar? Rolar? Falar? Engatinhar?
Os pais ficam ansiosos, mas não adianta ter pressa. A hora de desenvolver novas habilidades, a hora de crescer, tudo tem o tempo certo para acontecer e o desenvolvimento do bebê funciona como um verdadeiro reloginho.
Saltos de desenvolvimento e picos de crescimento podem ser termos desconhecidos para os pais, mas eles dizem tudo sobre o que muda no bebê, principalmente durante o primeiro ano de vida.
Mas, afinal: o que são saltos de desenvolvimento e picos de crescimento? Qual a diferença entre eles?
“Os famosos saltos de desenvolvimento são fases onde há uma aquisição mais intensa e acelerada de uma ou mais habilidades na vida do bebê. Nesta fase, há um amadurecimento neurológico, porém, muitas vezes, o bebê ainda precisa se adaptar”, explica Paula Lenfers, pediatra do Hospital Municipal Dr. José de Carvalho Florence, administrado pela Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM).
Em geral, esses momentos são acompanhados de alterações no sono do bebê, no apetite e no comportamento, como uma necessidade maior de colo e peito para que ele se sinta seguro. “Os saltos de desenvolvimento podem durar dias ou semanas e, ao final do período, geralmente o bebê terá aprendido coisas que não fazia, como sorrir, sentar e engatinhar”, diz a especialista.
Geralmente, no primeiro ano de vida, os saltos de desenvolvimento acontecem nos seguintes períodos, conforme explica a pediatra:
- 5 semanas (1 mês): mudanças na visão.
- 8 semanas (quase 2 meses): percebe que as mãos e os pés pertencem ao corpo.
- 12 semanas (quase 3 meses): começa a se virar quando escuta um som.
- 19 semanas (4 meses e meio): pode começar a rolar e se arrastar.
- 26 semanas (6 meses): senta sem apoio.
- 30 semanas (7 meses): bate um objeto no outro, pode começar a engatinhar. Sente ansiedade com estranhos.
- 37 semanas (8 meses e meio): o bebê fica “temperamental”. Geralmente é nesta fase que acontece a síndrome da angústia da separação (veja abaixo).
- 46 semanas (quase 11 meses): pode começar a andar e entender o funcionamento das coisas.
Já os picos de crescimento são os fenômenos que se referem ao crescimento físico do bebê. A pediatra explica que os bebês costumam crescer 25cm no primeiro ano de vida. “Esse crescimento se dá de maneira contínua, porém, pode ser mais acelerado em determinados períodos, como se fossem pequenos estirões”, completa Lenfers. Nessas fases, o bebê também pode apresentar alterações no sono e no apetite.
Geralmente os picos de crescimento acontecem nos seguintes períodos:
- 7-10 dias
- 2-3 semanas
- 4-6 semanas
- 3 meses
- 4 meses
- 6 meses
- 9 meses
Vale lembrar que os picos de crescimento e os saltos de desenvolvimento são eventos diferentes e não necessariamente acontecem ao mesmo tempo.
Já ouviu falar em ansiedade de separação?
Ao nascer, o bebê acredita que ele é uma extensão da mãe e não entende que os dois são seres diferentes. Conforme ele vai crescendo e amadurecendo, começa a perceber que ele e a mãe podem se separar, entretanto, ainda não tem noção de que a mãe vai, mas volta. “Essa separação da mãe, mesmo que por instantes, pode gerar medo e ansiedade no bebê. Geralmente, o pico da ansiedade de separação acontece entre os oito e nove meses”, explica Paula.
Nesta fase, o bebê pode demandar mais atenção da mãe e chorar mais. Não é manha! A descoberta de que a mãe pode se separar dele realmente traz angústia. Com o tempo, ele começa a entender que a mãe volta e isso costuma melhorar.