No Dia do Cego (15 de dezembro), a SPDM – Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina reforça a importância da prevenção à cegueira. De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, aproximadamente 1,2 milhão de brasileiros são cegos. Mas estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostra que 80% desses casos poderiam ter sido evitados se tivessem sido prevenidos e recebido tratamentos adequados.
As doenças oculares são causadas por diversos fatores de risco, sendo os principais: tabagismo, falta de controle da diabetes, histórico familiar e, principalmente, envelhecimento. As doenças com maior incidência em todo o mundo que podem levar à cegueira sem a prevenção e o tratamento adequados são a catarata, o glaucoma, a degeneração macular relacionada à idade (DMRI) e a retinopatia diabética.
Porém, existem doenças menos conhecidas como ceracotone, uveíte, olhos secos, presbiopia, pterígio e moscas volantes, por exemplo, que são igualmente perigosas se não diagnosticadas e tratadas no estágio inicial. E todas podem ser descobertas em consultas de rotina, que devem ser realizadas anualmente.
“A partir dos exames feitos em uma consulta de rotina, o oftalmologista consegue definir tanto a necessidade do uso de óculos de um paciente que apresente miopia, astigmatismo ou hipermetropia, quanto descobrir sinais de doenças mais sérias como glaucoma, catarata, ceracotone e similares. Tudo isso com uma consulta oftalmológica”, explica Heloísa Nascimento, Coordenadora de Oftalmologia do Hospital Geral de Pirajussara. “Muitas dessas doenças são silenciosas e causam perdas visuais progressivas sem que a pessoa perceba, por isso é importante consultar um profissional da área pelo menos uma vez ao ano.”
Contudo, o que grande parte da população não sabe é que existem cuidados diários que podem ser tomados para prevenir doenças oculares.
Cuidados diários de prevenção à cegueira
- Proteja seus olhos dos raios solares usando óculos de sol de qualidade com proteção UVA e UVB. Tome cuidado com lentes falsas: a exposição às radiações pode acelerar o aparecimento de catarata e outras doenças.
- Lentes de contato devem ser usadas até oito horas por dia, no máximo. Para higienizá-las, lave bem as mãos e use um produto recomendado pelo oftalmologista. Armazene-as de forma correta e lembre-se de que lentes de contato são de uso pessoal. Não compartilhe!
- Evite coçar os olhos. O movimento pode provocar lesões na córnea e prejudicar a visão.
- Não compartilhe maquiagens, principalmente produtos para os olhos. O uso coletivo pode transmitir doenças como conjuntivite e outras infecções oculares, com risco de agravamento. Se atente ao prazo de validade dos produtos.
- Alguns colírios possuem elementos capazes de causar efeitos colaterais, como ardência, vermelhidão e até alergias. Só use colírio com orientação médica.
Cuidados com os olhos durante a vida
Além dos cuidados básicos diários, a prevenção às doenças oculares deve ser realizada em todas as fases da vida, desde o nascimento até a terceira idade.
Após o nascimento, os bebês devem passar pelo teste do olhinho, exame realizado ainda na maternidade. Esse simples exame ajuda a diagnosticar problemas oftalmológicos no reflexo vermelho dos olhos, que podem estar relacionados a doenças congênitas. “Existem casos genéticos que precisam de avaliações mais específicas. Por isso, há um critério rígido de qualidade hospitalar nas unidades de saúde, que captam uma possível cegueira de um recém-nascido e, em casos reversíveis, iniciam prontamente o tratamento”, esclarece a oftalmologista Heloísa Nascimento.
Durante a infância e a adolescência, momento em que os jovens se habituam ao uso de tablets, celulares e computadores, doenças refrativas como miopia, astigmatismo e hipermetropia podem começar a se manifestar. “A utilização de equipamentos eletrônicos por um grande período de tempo agrava a frequência de doenças como miopia. Baixa qualidade de visão e sensibilidade à luz são sintomas que devem ser levados a um oftalmologista para receberem o devido tratamento e evitar a progressão”, explica Heloísa Nascimento, reiterando que esses problemas também são recorrentes em adultos, que devem sempre manter as consultas oftalmológicas anuais em dia.
Após os 50 anos, as chances do aparecimento de catarata, glaucoma e degeneração macular relacionada à idade (DMRI), uma doença grave que avança lentamente e leva à perda da visão em um ou nos dois olhos, aumentam. Após os 65 anos, essas chances aumentam ainda mais. Por isso é importante ficar atento aos principais sinais: visão embaçada, distorcida e/ou turva, dor nos olhos, lacrimejamento e sensibilidade à luz, diminuição do campo de visão, dificuldades de enxergar no escuro, alterações na aparência das cores, pontos ou manchas escuras na visão.
Hospital Geral de Pirajussara: mais de dois mil atendimentos por mês
Referência na área de oftalmologia, o Hospital Geral de Pirajussara, gerenciado pela SPDM, tem uma média de atendimento oftalmológico de 30 mil pacientes por ano – 2.500 consultas por mês. Isso porque a equipe de profissionais da unidade entende a importância da prevenção de doenças que podem levar à cegueira e incentiva os pacientes a manter consultas de rotina.
No geral, o hospital realiza 180 cirurgias mensais de catarata (uma média de 2.000 por ano), tem 80 casos de pacientes com DMRI por mês – sendo que 90% dos casos quando comunicados já são irreversíveis, e pacientes com glaucoma são operados de cinco a oito vezes por mês – isso porque a doença é, na maioria dos casos, irreversível.
Se previna! Consulte um oftalmologista.