Nesse Dia Internacional da Mulher (08/03), é importante lembrar que, para manter a boa saúde, existem exames que devem ser realizados periodicamente por todas as mulheres! Para isso, deve-se consultar um ginecologista que, além de cuidar da saúde sexual, é apto para cuidar da saúde feminina em geral. Mas você sabia que 20% das brasileiras não vão ao ginecologista com frequência?
Esse percentual faz parte de um levantamento feito pela Federação Brasileira da Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), chamado “Expectativa da mulher brasileira sobre sua vida sexual e reprodutiva: as relações dos ginecologistas e obstetras com suas pacientes”. Ele aponta que pelo menos 5,6 milhões de mulheres brasileiras não costumam consultar um ginecologista-obstetra. Os dados alarmantes ainda mostram que 16,2 milhões não passam por consulta há mais de um ano e que 4 milhões nunca procuraram um profissional da área.
“Os exames periódicos têm a finalidade de diagnosticar alterações da saúde da mulher mesmo antes da paciente apresentar sinais e sintomas das doenças ginecológicas, melhorando as chances de tratamento e cura”, explica a ginecologista e obstetra Adriana Macedo, diretora clínica do Hospital Geral de Pirajussara. “É na visita anual ao ginecologista que a paciente recebe orientações sobre quais, quando e como fazer seus exames preventivos, sobre o uso de métodos anticoncepcionais, irregularidade menstrual, prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e diagnóstico precoce do câncer de mama e colo do útero, para garantir sua saúde e bem-estar”, esclarece.
A pesquisa também entrevistou 1.089 mulheres a partir de 16 anos, de todo o país e de todas as classes sociais, para mapear mais especificamente como anda a consciência das mulheres sobre a própria saúde. Resultado: 31% delas alegaram não procurar um ginecologista por se considerarem saudáveis, mesmo sem terem passado por avaliação médica. Outras 22% disseram não achar importante ou necessário.
Macedo considera que campanhas de conscientização e incentivo, como o outubro rosa, são essenciais para alertar o público feminino sobre o diagnóstico precoce de doenças e maiores chances de cura. “Algumas doenças ginecológicas, como o câncer de mama, são assintomáticas na fase inicial, isto é, a paciente não apresenta queixa clínica e por isso tem a falsa impressão de estar saudável e não procura serviço médico”, diz a profissional. “Em alguns casos, a dificuldade para conseguir consulta ginecológica, por diversos motivos, acaba colaborando com os baixos percentuais de pacientes que realizam a rotina ginecológica anualmente”, reflete.
Para entender a importância de consultar um ginecologista anualmente, veja abaixo quais são os exames preventivos que uma mulher pode vir a realizar todos os anos em prol de sua saúde e entenda para que eles são feitos!
História clínica e exame clínico
Investigação de sinais, sintomas e fatores de risco, exame clínico das mamas, exame especular e toque vaginal. São realizados pelo médico ginecologista durante a consulta anual e tem a finalidade de detectar alterações e direcionar os exames necessários para diagnóstico e tratamento específicos.
Papanicolau
Indicado para detectar câncer de colo de útero e infecções. Consiste na coleta de secreção e células da vagina e do colo do útero, para análise citológica em laboratório. Deve ser realizado anualmente, a partir do início da vida sexual, inclusive nas gestantes.
Colposcopia/vulvoscopia
Indicados nos casos de alteração do colo do útero, paredes vaginais ou vulva, casos de Papanicolau alterado ou para complementá-lo.
Mamografia
É o principal exame para detectar precocemente o câncer de mama após os 40 anos. Deve ser realizado anualmente, inclusive nas pacientes de baixo risco.
Ultrassom de mamas
Indicado para as pacientes jovens, pacientes com mamas densas, em casos de sintomas mamários ou como complemento do exame de mamografia.
Ultrassom transvaginal
Indicado para rastreamento de câncer de ovário e diagnóstico de miomas e cisto ovariano.
Densitometria óssea
Exame que deve ser realizado após a menopausa para avaliação da perda de massa óssea e risco para osteoporose.
Exames hematológicos, sorologias e dosagens hormonais
São os exames de sangue: hemograma, colesterol total e frações, glicemia de jejum, creatinina, HIV, sífilis, hepatites B e C, THS, T4livre, FSH, LH. São solicitados a critério médico para investigação diagnóstica, baseado na história clínica e exame físico da paciente.