Duas são as situação mais comuns em que pensamos no urologista: ou naquela crise angustiante de pedra dos rins ou quando o temido exame da próstata se torna inadiável. Uma pena. Além do trato urinário de homens e mulheres, a urologia é uma especialidade que trata do sistema reprodutor dos homens (testículos, epidídimos, ducto deferente, vesículas seminais, próstata e pênis), o que significa que o homem deveria ter uma relação de confiança com o seu urologista, assim como a mulher tem com o ginecologista.
“Em geral homens vivem menos que mulheres por diversos motivos, como se expor à situações de violência ou cuidar pouco da própria saúde. O câncer de próstata é uma das principais causas de morte de homens, e poderia ser tratado se fosse diagnosticado cedo. O homem precisa se cuidar. É fundamental que ele tenha um urologista de confiança que o acompanhe durante sua vida”, alerta Claudio Murta, urologista coordenador do Centro de Referência em Saúde do Homem, unidade gerenciada em parceria com a SPDM.
Apesar de ser mais procurado quando do incômodo da próstata, ou de pedras nos rins, ou para tratar questões relacionadas à impotência ou infertilidade, o urologista deveria estar presente em todas as fases da vida do homem:
– Até um ano e meiode idade é preciso verificar se os testículos da criança estão corretamente posicionados no saco escrotal.
– Após os três anos é necessário observar a fimose, a pele que cobre a glande do pênis deve se desgrudar dela, sob o risco de graves consequências na vida adulta, como câncer peniano ou maior risco de adquirir doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).
– Na adolescência os exames de rotina e orientações sobre a vida sexual, como preservativos, prevenção de DSTs, e outros, são importantes para o desenvolvimento. Além disso, ainda nessa fase pode ocorrer a varicocele, varizes no cordão espermático, que pode levar a infertilidade.
– No início da vida adulta, ao redor dos 20 anos, é fundamental que o homem mantenha consultas regulares, pois nessa fase os riscos de tumores nos testículos são maiores. Entre os 30 e 40 anos check-ups regulares monitoram aparecimento de pedras nos rins e questões da sexualidade.
– Se a rotina de consultas ao longo da vida é mantida, por volta dos 40 anos fica mais fácil identificar e prevenir as doenças mais prevalentes como problemas hormonais e distúrbios sexuais como a disfunção erétil. Homens negros e homens com histórico familiar de câncer de próstata devem fazer o exame de toque retal e o PSA (Prova do Antígeno Prostático). Nesta fase o especialista acompanha alterações como aumento benigno da próstata.
– Entre os 50 e 60 anos além do exame de toque retal e PSA, é comum ocorrer diminuição nos níveis de testosterona. Com isso, os homens ficam mais irritados, sendo necessário realizar reposição hormonal.
Infelizmente o homem não tem o costume de procurar o médico antes que a doença ocorra. Cuidar da saúde é um conjunto de procedimentos – ir ao médico, se alimentar bem, fazer exercícios – e é fundamental que o homem crie a cultura de check-ups regulares, como fazem as mulheres.
Para isso ele pode contar com a ajuda de filhos e, eventualmente, de netos, uma geração mais nova que tem mais acesso à informação digital, consequentemente tem menos preconceitos e mais cuidados com a saúde.
“São poucos os casos em que o homem vem acompanhado do filho ao consultório. A expectativa é que isso mude daqui a 10, 15 anos, quando essa geração mais nova, antenada e mais cabeça aberta, mude essa rotina”, espera o urologista. “O exame da próstata já está deixando de ser mais temido que o câncer, e isso é um sinal positivo”, completa Claudio Murta.
Assessoria de Imprensa SPDM