O Complexo Hospitalar Ouro Verde, em Campinas, é primeiro hospital do SUS (Sistema Único de Saúde) a fazer uma cirurgia por radiofrequência, menos invasiva em pacientes com doença venosa avançada. O método utiliza uma tecnologia nova e ainda é pouco usada em hospitais públicos.
O cirurgião vascular José Felipe Freire Martins explica que a técnica, chamada termoablação por radiofrequência, pode ser usada em pacientes que tenham problemas graves. “Nas pessoas graves, muitas vezes há feridas abertas, que demoram até seis meses para cicatrizar. Só depois disso é que a cirurgia convencional poderia ser feita. A nova técnica permite fazer a cirurgia mesmo com a ferida aberta” , explica.
Martins conta que apesar de mais cara que o método tradicional, os técnicos do hospital verificaram que é mais vantajoso economicamente e socialmente, adotar o novo método. “Fizemos o custo do gasto de curativo durante três meses e verificamos que, sem calcular o custo de médico, enfermeiro e o custo social, já compensa o novo método” , afirma o médico.
Incidência
Cerca de 23% da população brasileira sofrem de doenças vasculares e em torno de 6% têm doença venosa avançada. Essa condição provoca vários afastamentos para o trabalhador e gastos contínuos com troca de curativos, já que a cirurgia tradicional não elimina o problema de vez.
A nova cirurgia elimina o problema e reduz os riscos de infecção. “Enquanto na cirurgia tradicional o tempo de recuperação fica em torno de 30 dias, com essa técnica são cinco dias. Com isso, o paciente pode voltar a trabalhar mais rápido” , afirma o médico.
O médico conta que fez um curso no exterior para aprender a aplicar a técnica e que em agosto apresentou a proposta ao secretário de Saúde Carmino de Souza. “Criamos um centro no Ouro Verde, que é o único hospital do município que opera varizes” , completa.