O sol fornece luz e calor essenciais à vida na Terra. É ele que torna possível a água em estado líquido, que determina a duração do dia e da noite e assim regula os organismos vivos.
É tão importante na nossa vida que influencia diretamente nossa saúde, tanto física quanto psíquica, pois ajuda na produção de hormônios do bem-estar e é responsável por cerca de 80% da vitamina D que o corpo recebe.
“A vitamina D é importantíssima para absorção de cálcio, formação dos ossos e evita a osteoporose”, explica Camila Kallaur, dermatologista do Ambulatório Médico Especialidades (AME) de São Jose dos Campos.
A vitamina D é um hormônio que controla 270 genes (inclusive células do sistema cardiovascular), previne 17 tipos de câncer e pode ser usada em tratamentos de doenças autoimunes. É produzida por meio da exposição solar, pois os raios ultravioletas UVB são capazes de ativar a síntese desta substância.
E a falta de sol pode ser tão prejudicial quanto o excesso. Os raios solares emitem radiação, a maior parte contida pela camada de ozônio, de dois tipos: UVA e UVB.
“Os raios do tipo UVB atingem mais a camada superficial da pele, e são causadores das queimaduras – têm a maior incidência entre as 11 horas da manhã até as 16 horas. Já os raios do tipo UVA atingem a derme, a camada mais profunda da pele, dando a ela uma aparência de bronzeado, mas esse tipo é responsável pelo envelhecimento precoce e os cânceres”, ensina a dermatologista.
Por um lado, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a cada ano são diagnosticados 135 mil novos casos de câncer de pele, o que corresponde a 25% dos casos de câncer no Brasil. Por outro lado, precisamos de cerca de 20 minutos diários, ao menos três dias por semana, de sol. “Estudos mostram que países com menos incidência solar tem maior índice de casos de depressão”, aponta Camila.
Protetor solar
Como fazer para equilibrar essa conta? Simples: exposição ao sol antes das 10h e após as 16h, sempre com protetor solar.
Esse grande aliado da pele, que deve ser usado o ano todo, inclusive em dias nublados e sem sol aparente, foi criado em 1944, pelo farmacêutico americano Benjamin Greene, que tendo observado o estado de queimadura da pele dos soldados que voltavam dos campos de batalha, nas trincheiras europeias da Segunda Grande Guerra, decidiu aprimorar receitas caseiras para proteger a pele contra os raios nocivos do sol.
“Hoje em dia os protetores podem ter diversas apresentações: gel, creme, spray, loção, vários níveis de Fator de Proteção Solar (FPS) e muitos, além de proteger do sol, ainda vêm com vitaminas, produtos antissinais e branqueadores, por exemplo. O dermatologista pode orientar o mais adequado para cada tipo de pele”, conta a dermatologista.
FPS – Fator de proteção solar
“FPS significa fator de proteção solar, e determina o tempo de exposição ao sol antes de ficar vermelho. Assim, sem filtro solar, se nos expomos ao sol mais que 20 minutos, ficamos vermelhos, mas com um FPS30 podemos ficar tranquilos por mais 600 minutos (20×30)”, ensina Camila Kallaur.
Pessoas de pele clara devem usar filtros acima de FPS50; para pele morena clara é recomendável FPS entre 30 e 50 e para pessoas de pele negra de 15 a 30 de proteção solar. Tanto em adulto quanto em crianças, o protetor deve ser aplicado pelo menos meia hora antes da exposição solar e, para que tenha eficácia, deve ser reaplicado a cada duas horas, após entrar na água e quando houver suor em excesso.