Sol forte, praias e piscinas lotadas, passeios ao ar livre. É o típico cenário da estação mais quente do ano. E as altas temperaturas do verão brasileiro pedem cuidado redobrado com a aplicação de filtro solar. Mas e os bebês? A foto de um bebê de três meses todo vermelho divulgada recentemente em redes sociais causou alarde entre muitas mamães. Se você logo imaginou “mas ele deve ter ficado muito tempo no sol”. Nada disso! O bebê não ficou exposto ao sol, simplesmente saiu de casa e a mãe resolveu aplicar protetor solar por precaução. O resultado foi uma alergia que deixou a criança internada por três dias.
A recomendação dos especialistas é: protetor solar só é liberado para bebês maiores de seis meses de idade. “O risco de alergia é maior para os bebês menores de seis meses, pois eles têm a pele mais sensível, com maior risco de absorção do protetor e dificuldade na eliminação do mesmo”, explica Tessa Rachel Tranquillini Gonçalves, pediatra do Hospital Estadual de Diadema, administrado pela Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM).
A praia pode esperar!
Para evitar problemas, a especialista afirma que os bebês menores de seis meses não devem ser expostos diretamente ao sol. “É melhor deixar o bebê na sombra, protegido com roupas leves, chapéus ou bonés. Prefira fazer passeios curtos, sempre respeitando os horários antes das 10h e após as 16h, quando a incidência de radiação UVA e UVB é menor”, afirma a pediatra.
Para os bebês acima dos seis meses, os pais precisam ficar atentos aos produtos específicos para cada idade e procurar nas embalagens aqueles que são direcionados para os pequenos. “Os recomendados para crianças são os protetores chamados de físicos (bloqueadores) e não químicos. Eles são mais seguros porque não penetram no organismo da criança, diminuindo a probabilidade de ardência nos olhos e irritação na pele”, garante a médica.
Essa, aliás, é a principal diferença entre o protetor solar para adultos e o infantil. Para os adultos, a composição normalmente é de produtos químicos, que podem causar irritações nas crianças, já que elas têm a pele mais sensível.
Para as crianças que já têm idade, o ideal é usar um filtro de amplo espectro (anti-UVA e anti-UVB), com fator de proteção maior ou igual a 30. A aplicação deve ser feita antes de sair de casa, de preferência de 20 a 30 minutos antes da exposição ao sol ou de entrar na água. “Não economize, aplique grandes quantidades de produto em todo o corpo da criança. Não se esqueça das orelhas, couro cabeludo (se o bebê for careca), pescoço, planta dos pés e palma das mãos”, afirma Gonçalves.
A reaplicação do protetor deve ser feita a cada duas horas e sempre que a criança sair da água, mesmo que a embalagem diga que o produto é a prova d’água.
Confira as principais dicas da pediatra para os bebês:
– Evite a exposição deles ao sol entre 10h e 16h.
– Aumente a oferta de líquidos (água ou leite materno) para evitar desidratação.
– Hoje já existem roupas e até guarda-sol com proteção UVA/UVB, e eles realmente funcionam. Portanto, use-os.
– Use chapéus e bonés, que protegem o rosto, nariz, orelhas e pescoço.
– Tome medidas de proteção mesmo em dias nublados, pois mesmo assim há risco de queimadura e insolação.