Nesta sexta-feira, 5 de junho, é comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente. Uma data pela qual todos devemos lutar mais e mais. E o ideal por trás desse dia motiva diversas iniciativas em todos os setores, inclusive na área da saúde.
Uma delas ocorre desde 2010, no Ambulatório Médico de Especialidades (AME) Maria Zélia, unidade estadual gerenciada pela Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina, que vem desenvolvendo ações nesse sentido, movida pela preocupação com questões ambientais.
Desde então, todo ano a unidade realiza a Semana Ambiental, pela qual, através de atividades e palestras, pretende despertar a consciência ambiental dos colaboradores para o consumo consciente, além da importância do manejo e descarte responsável de resíduos.
“Sempre que se fala em mudança cultural, o primeiro passo é sensibilizar as pessoas, tornar a causa parte dos seus valores, despertando-as para o fato de que, por meio de mudanças profundas em seus hábitos, o conceito de sustentabilidade passará a fazer parte do cotidiano das comunidades vizinhas também. Assim, esse novo conhecimento será transmitido de geração para geração”, explica Luiz Fernando Djabraian, diretor do AME Maria Zélia.
Desde então, o Ambulatório busca informar e capacitar os colaboradores e usuários a respeito do tema, inserindo no dia a dia da unidade atitudes como correta destinação de resíduos, reaproveitamento de embalagens, reciclagem e abolição do desperdício.
“Trata-se de um conjunto de iniciativas, que vão desde o recolhimento e descarte apropriado de resíduos, materiais recicláveis e chapas de raios-x, até medidas mais simples, como o fornecimento de canecas para a equipe, evitando o descarte excessivo de copos plásticos”, afirma Djabraian.
Pequenas medidas, grandes retornos
São pequenas medidas, pequenas mudanças nos hábitos, mas que fazem toda a diferença. No consumo de água, por exemplo, a economia foi enorme com iniciativas como aplicação de limitadores de vazão nas torneiras e uso de mops na limpeza, um equipamento altamente absorvente, que permite economia de até 80% no consumo de água para este fim.
Na questão da energia elétrica, a diminuição também é bastante significativa. Devido à sua estrutura propícia, a unidade aproveita condições naturais como ventilação e luz natural.
Com análises periódicas é possível detectar a necessidade de reparos e alterações nas instalações elétricas, o que permite conhecer o funcionamento, do ponto de vista energético, de cada setor do AME Maria Zélia. Isso orienta ações como desligamento de ar condicionado em horários que não tem pessoas (economia mensal de 1500 kWh) e substituições de lâmpadas (redução de consumo de 17280 kWh/ano), além da adequação do contrato com a concessionária de energia.
Cada coisa em seu lugar
É no setor de gerenciamento de resíduos que os resultados saltam aos olhos. Um dos grandes desafios, atualmente, é fazer da reciclagem uma ferramenta que possibilite a redução drástica da dispersão de resíduos no meio ambiente. No AME Maria Zélia o projeto de separação adequada de resíduos é incentivado pela administração e aplicado em todos os setores.
Na farmácia ocorre um importante trabalho de separação e descarte de medicamentos vencidos e controlados, de acordo com a legislação da ANVISA, garantindo a disposição final adequada desses resíduos.
Cada resíduo tem seu destino certo: embalagens de remédios vão para o lixo reciclável e representam um enorme volume. Lâmpadas fluorescentes queimadas são encaminhadas para uma empresa especializada, entulhos de reformas são encaminhados para ecopontos da prefeitura, isopor da unidade também encontra caminho de retorno para o ciclo produtivo: é encaminhado para uma empresa especializada, que comprime o isopor retirando o oxigênio, o que diminui seu volume, permitindo que a massa compacta seja transformada em grãos que são encaminhados para a fabricação de diferentes produtos, como rodapés, molduras, porta-retratos, cabides e réguas.
Além disso, os copinhos plásticos foram substituídos por canecas de cerâmica, distribuídas a todos os funcionários. O uso do papel também é consciente em toda a instituição, com uso de papel reciclado e ações para redução de impressão.
Os exames de raio-x são um caso à parte. O processo de revelação antigo é químico e utiliza prata e outros metais pesados nas películas, que não saem depois de seco e degradam o meio ambiente. No Maria Zélia, quando o paciente precisa do raio-x impresso é utilizado um sistema digital e papel comum, mas internamente os exames nem precisam de impressão – as imagens vão direto para um sistema e são visualizadas por computador.
As películas trazidas de outros equipamentos de saúde pelos pacientes e deixadas na unidade, inclusive através de campanha de coleta, são depositadas em urnas e destinadas para reciclagem. Depois de tratadas, são transformadas em diferentes produtos para escritório ou presentes.
Termômetro e outros equipamentos que contém mercúrio foram banidos da unidade, substituídos por materiais digitais menos agressivos ao meio ambiente.
Resultados em números
Todo esse esforço foi recompensado. Os números falam por si só: em 2010, a coleta seletiva recolheu 1.323 quilos de material reciclável e em 2014 esse número chegou a 22.783. Até maio de 2015 a unidade já tinha recolhido 8.395 quilos. Somando todo o material recolhido ao longo desses cinco anos, já são 56 toneladas de resíduos destinadas à reciclagem.
Prêmio Amigo do Meio Ambiente 2014
Esse conjunto de ações rendeu ao AME Maria Zélia o Prêmio Amigo do Meio Ambiente 2014, na categoria “Ações Ambientais Desenvolvidas para os Colaboradores e a Comunidade”, criado pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo com o objetivo de incentivar iniciativas sustentáveis no SUS em todo o país. Além do AME Maria Zélia, nove projetos de instituições geridas pela SPDM receberam menção honrosa na premiação.
“Cuidar do mundo em que vivemos é uma das formas de cuidar da saúde de todos. Todas as unidades geridas pela SPDM não apenas seguem a legislação ambiental vigente, como também buscam conscientizar colaboradores e a população sobre a importância de preservarmos o meio ambiente”, diz Nacime Mansur, Superintendente da Rede de Unidades Afiliadas da SPDM.