Ser duquesa, quase princesa, tem lá suas vantagens, e uma delas é sair linda e maravilhosa da maternidade, apenas 10 horas depois de um parto normal, como aconteceu com a duquesa de Cambridge Kate Middleton.
A princesinha Charlotte Elizabeth Diana, segunda filha do príncipe Willian, quarta herdeira na linha de sucessão ao trono do Reino Unido, nasceu sábado, dia 2 de maio, com 3,7 kg. No mesmo dia, Kate e Willian apresentavam a caçula à imprensa e curiosos de plantão, na saída do hospital St. Mary, em Londres, a caminho de casa.
A foto mostra a duquesa bem vestida e maquiada, com seu bebê recém-nascido nos braços, e o detalhe do salto alto não ajudou a afastar rumores e até uma teoria da conspiração por parte do jornal russo sensacionalista Komsomolskaya Pravda, que questionou a realização mesmo do parto e/ou sua data.
O sistema de saúde na Inglaterra trabalha com uma espécie de home care, um sistema em que parteiros, enfermeiros e médicos realizam visitas periódicas a bebês recém-nascidos e suas mães em casa. Isso permite que bebês e mães tenham alta precocemente.
“Não sabemos detalhes específicos deste parto, mas a alta precoce é uma prática que inspira alguns riscos, especialmente para os recém-nascidos. Inclusive alguns países que adotavam essa medida voltaram atrás”, explica Marisa Schorr Salgado, neonatologista coordenadora da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal do Hospital Geral de Guarulhos.
“É uma conduta que implica em riscos”, continua Marisa. “Vários fatores precisam ser levados em consideração, como a idade gestacional, o peso da criança, a qualidade do pré-natal, o risco de icterícia precoce, (que pode aparecer nas primeiras 24 horas de vida), as condições clínicas e psicológicas da mãe, fora outros fatores de risco como infecção, desmame precoce, cardiopatias congênitas, além de riscos sociais, por exemplo. É necessária uma grande estrutura de assistência pós-hospitalar”.
No Brasil a internação pós-parto demora pelo menos 48 horas
A neonatologista fala que no Brasil há também um movimento para a adoção deste tipo de prática, mas lembra que aqui a realidade social e cultural é muito diferente, além do mais vivemos em país com desigualdades extremas, e pode haver realidades diferentes em um mesmo local geográfico: “há riscos básicos, algumas mães não têm sequer endereço para fornecer na entrada do hospital. Com isso, não é possível garantir o seguimento em alguns casos”.
Aqui no Brasil a Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda 48 horas como tempo mínimo de internação, pós-parto normal ou cesariana. Este é o tempo necessário para a manifestação dos principais sinais e sintomas de patologias graves do período perinatal.
O bebê deve ser observado, a mãe deve se recuperar do procedimento e durante este período a equipe de assistência a saúde orienta as mães quanto aos primeiros cuidados com o recém-nascido, como amamentação, banho, troca, e com sua própria saúde, facilitando o fortalecimento do vínculo entre mãe e filho.