Surpreendentemente, a probabilidade de o casal engravidar, num único ciclo menstrual, está entre 15 e 20%, implicando em que, mesmo em casais com fertilidade comprovada, a maior chance, em um único ciclo menstrual, é a de não engravidar. Para que possamos compreender as causas dessa “ineficiência”, vamos utilizar a figura ao lado e ilustrar os mais importantes fenômenos ligados à reprodução natural. Estamos lidando, agora, com um casal normal: nenhum dos componentes do casal tem impedimento à reprodução natural.
A mulher deve produzir um oócito (óvulo) que, depois de desenvolvimento e maturação adequados dentro do folículo ovariano, vai ser exposto à captura pela tuba (trompa), após a ruptura do folículo (ovulação). Aqui já podem surgir algumas dificuldades:
1. Mesmo a mulher com fertilidade comprovada, pode não ovular em um ou outro ciclo menstrual. Mesmo utilizando os vários recursos disponíveis para evidenciar a ruptura do folículo (exames de hormônios, ultrassom, etc..), não há como mostrar que houve saída de óvulo daquele folículo; e
2. Nem sempre as tubas conseguem capturar os oócitos. De fato, mesmo as tubas estando permeáveis, não há como determinar a funcionalidade tubária.
Continuando, o óvulo capturado pela tuba caminha, impulsionado por ela, em direção ao útero. Se, nessa ocasião, havendo relação sexual, os espermatozóides depositados na vagina devem penetrar na endocérvice uterina, atravessando o chamado muco cervical, uma secreção semelhante a “clara de ovo” que, quando abundante, pode escorrer pela vagina. Aqueles que conseguem atravessar o muco cervical penetram no útero e dai nas tubas, podendo encontrar o óvulo. Embora muitos espermatozoides possam atingir o óvulo, apenas um pode realizar a fertilização (fusão com o óvulo) formando a célula ovo, que dará origem a um novo indivíduo. Tambem nessas etapas podem ocorrer dificultantes, mesmo na mulher com fertilidade comprovada:
1. Nem sempre o muco cervical é secretado em quantidade e qualidade adequadas para a penetração pelos espermatozoides;
2. Em algumas ocasiões, pode ocorrer que os espermatozoides não cheguem ao oócito ou, mesmo chegando, não consigam penetrá-lo e completar a fertilização.
Deixando de lado o fenômeno da implantação do embrião no útero, apenas parcialmente conhecido, vemos que é necessária uma sincronia entre os vários processos que atuam para que ocorra a gravidez. A falta dessa sicronia, mesmo em casais com fertilidade comprovada, concomita com baixa taxa de gravidez natural. Quando, no casal infértil, todos os exames iniciais estão normais, a falta de sincronia é um dos diagnósticos a ser lembrado. Neste caso, a inseminação intrauterina é uma das opções terapêuticas a ser considerada.
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Dr Jorge Haddad-Filho, médico do Serviço de Reprodução Humana do Hospital São Paulo