Na tentativa de escapar do frio do inverno é comum optarmos por lugares fechados e,consequentemente, sem ventilação, que em conjunto com a aglomeração de pessoas se tornam os ambientes ideais para a proliferação dos vírus transmissores de doenças respiratórias. A bronquiolite é uma delas, causada pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR), que provoca inflamação dos bronquíolos, ramificações responsáveis pelo transporte do ar no pulmão.
Esta inflamação, em geral, atinge crianças de até dois anos, principalmente prematuras ou com doenças cardíacas e pulmonares, com sintomas como tosse, congestão nasal e febre. “A bronquiolite produz muita secreção e como o bebê não tem boa capacidade de eliminá-la, por não saber expectorar adequadamente, o acúmulo dificulta a respiração”, explica Ketty Maciel, coordenadora da UTI Pediátrica do Hospital Municipal de Barueri (HMB), unidade da prefeitura gerenciada em parceria com SPDM – Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM). Nesta estação, a incidência de internação infantil no HMB fica entre 60 e 70% por doenças respiratórias, sendo 40% em função da bronquiolite.
Para não ser confundida com gripe ou resfriado, é necessário procurar ajuda médica quando a criança apresentar sintomas como febre persistente, hipoatividade, diminuição de ingestão de alimentos, chiado no peito e crises de cianose (lábios arroxeados), alerta a pediatra. Apenas com o diagnóstico correto é possível fazer o tratamento adequado, com aspirações nasais, inalações com soro e hidratação, a fim de impedir que a doença evolua para insuficiência respiratória e haja necessidade de internação hospitalar.
Para a prevenção é preciso lavar as mãos com frequência, evitar o contato com pessoas gripadas e não permanecer em ambientes fechados. Paralelamente a estes cuidados, a alimentação também pode ser uma aliada, como no caso dos bebês que recebem o leite materno, que é fundamental para o desenvolvimento do sistema imunológico. “As crianças em aleitamento são mais protegidas das formas mais graves da doença, além de apresentarem uma recuperação mais rápida e com menos riscos de complicações”, esclarece Maciel.
É importante lembrar que o mês de agosto é o mês dourado ou mês da amamentação, criado para reforçar a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de amamentação exclusiva durante os seis primeiros meses e complementar até dois anos, que é justamente o período com maior probabilidade de contrair a bronquiolite.