Os peixes e os produtos obtidos por meio da atividade da pesca destacam-se nutricionalmente de outros alimentos de origem animal. Eles contêm, comparativamente, grandes quantidades de vitaminas lipossolúveis A e D, os minerais cálcio, fósforo, ferro, cobre, selênio e, no caso dos peixes de água salgada, iodo.
O valor nutricional do pescado e a divulgação de estudos que o associam com melhorias para a saúde têm causado, nos últimos anos, um aumento de interesse por esse alimento.
Entre os possíveis benefícios da ingestão de uma ou duas porções de peixe por semana, que contêm cerca de 2 gramas de ácidos graxos poli-insaturados ômega-3, estão a redução do risco de acidente vascular cerebral (AVC), de depressão, do Mal de Alzheimer e de morte por doença cardíaca.
A ingestão de pescado está relacionada a benefícios à saúde humana, e os riscos de prejuízo via contaminação por elementos químicos são considerados reduzidos Segundo estudos realizados com amostras de peixes comercializados no Brasil de modo geral, pode-se inferir que a disponibilidade e o consumo per capita no país são reduzidos e que não houve ampliação expressiva da aquisição entre 1970 e 2009, o que diferiu da tendência mundial observada no período.
A região Norte apresenta elevada disponibilidade de pescado. O acesso facilitado a alimentos processados, porém, pode alterar os hábitos alimentares desses povos. A região Nordeste revela consumo acima da média nacional, embora a disponibilidade na região metropolitana de Recife seja baixa e próxima daquela encontrada na região metropolitana de São Paulo. As regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste apresentam consumo abaixo da média nacional. A preferência por pescado de água doce é observada na região Norte, enquanto nas regiões Sul e Sudeste o pescado de água salgada é mais facilmente encontrado nos domicílios. As espécies adquiridas também variam de acordo com a região.
Os benefícios nutricionais provenientes do consumo regular de pescado e seu baixo consumo reforçam a validade de investimentos e incentivos por meio de políticas públicas para o aumento da disponibilidade e do consumo desse alimento no Brasil, assim como a manutenção do padrão de ingestão nas regiões Norte e Nordeste.
Vanessa Marins Maniezo, nutricionista das Unidades Afiliadas da SPDM