Quando respiramos, o ar que entra pelo nariz desce pelas vias respiratórias até chegar à traquéia, dentro do tórax, se espalhando por dois tubos, conhecidos como brônquios.
Um leva o ar até o pulmão direito, outro ao esquerdo. No caminho, cada brônquio vai se ramificando em tubos de ar mais estreitos, que se acomodam no pulmão e aí são chamados de bronquíolos.
Em recém-nascidos, bebês e crianças esses bronquíolos estreitos são ainda bastante vulneráveis a infecção – a chamada bronquiolite, causada principalmente pelo vírus sincicial respiratório (VSR).
“Como a maioria das infecções respiratórias de origem viral, a bronquiolite é uma doença contagiosa, transmitida através de minúsculas gotículas provenientes do nariz e da boca de alguém infectado quando tosse ou espirra. A transmissão pode ocorrer ainda através da partilha de brinquedos e de brincadeiras entre crianças”, explica a pediatra Ana Lucia Acquesta, coordenadora da Neonatologia no Hospital Geral de Pirajussara, em Taboão da Serra, unidade gerenciada pela SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento de Medicina).
Para a maioria das pessoas expostas à bronquiolite, os efeitos são quase nulos, menos desconfortáveis que um leve resfriado. Mas para crianças na faixa etária entre um mês de vida e dois anos de idade (com maior frequência em menores de seis meses) a infecção é um problema grave, e leva uma multidão de crianças aos pronto-socorros nos períodos de maior mudança de clima e em tempo seco.
“A bronquiolite costuma infectar crianças até os dois anos de idade. Cerca de 10% das crianças desenvolverão a infecção no primeiro ano de vida e, destas, cerca de 10% necessitarão de hospitalização em enfermaria ou em Unidades de Terapia Semi-Intensiva ou Intensiva”, conta Ana Lucia.
Sintomas
A bronquiolite é mais frequente nas estações mais frias do ano – outono e inverno. Como esse é também o período em que gripes, resfriados e outras infecções também aparecem mais, é indicado levar a criança ao médico com o surgimento dos seguintes sintomas:
– Febre alta e persistente.
– Nariz escorrendo.
– Tosse.
– Respiração rápida e superficial.
– Respiração com chiados.
– Contração da caixa torácica ao respirar.
– Alargamento das narinas ao respirar.
– Cansaço.
– Diminuição do apetite.
– Dificuldade em dormir.
Prevenção
“Apesar dos esforços nesse sentido, ainda não existe uma vacina eficaz e segura contra o vírus sincicial respiratório (VSR), o principal agente da bronquiolite”, explica a pediatra.
Como para a maioria das infecções, a melhor medida de prevenção é sempre lavar as mãos, principalmente se em contato com pessoas infectadas.
A imunoglobulina hiperimune contra o VSR, produzida por meio de técnicas de biologia molecular, é usada como medida preventiva em bebês prematuros portadores de displasia broncopulmonar e nas crianças portadoras de doenças cardíacas congênitas graves, mais vulneráveis à doença.