Em algumas situações, os espermatozóides podem ser criopreservados (congelados) para posterior utilização em processos de reprodução assistida. Na quimioterapia, os remédios utilizados podem prejudicar os testículos, acarretando efeitos negativos na produção de espermatozóides. Nesse caso, o paciente realiza, antes do tratamento, várias colheitas de espermatozóides, que serão posteriormente descongelados e utilizados para a reprodução, se a lesão testicular produzida pela quimioterapia for extensa e produzir azoospermia irreversível.
Outras condições em que o sêmen pode ser congelado para uso posterior são ligadas a dificuldade de colheita de sêmen no momento de realizar o procedimento assistido
1. Quando o paciente tem dificuldades com a colheita por masturbação (comum em pacientes com mais idade e naqueles com algum tipo de inibição em relação à masturbação, de natureza psíquica ou religiosa);
2. Casos de lesões de medula, quando pode se optar por colher o sêmen antes do procedimento (por vibro ou eletroestimulação) e criopreservar;
3. No paciente vasectomizado, com opção de tratamento por fertilização in vitro, o sêmen pode ser colhido antes do procedimento e criopreservado para utilização durante o ciclo.
A técnica de criopreservação inclui o tratamento dos espermatozóides com meios especiais para proteção, para posterior congelamento em nitrogênio líquido, dentro de tambores como o mostrado na foto. O procedimento não é inócuo: muitos espermatozóides não resistem ao congelamento, de modo que pode ocorrer alguma perda na qualidade.
Outra utilização do sêmen criopreservado ocorre na azoospermia irreversível. Nesse caso, a gravidez do casal pode ocorrer por meio de procedimento assistido com uso de espermatozóides de doadores (“BANCO DE SÊMEN”). Estes são voluntários que, após exames sorológicos que garantam a segurança em relação à sua saúde, doam sêmen (evidentemente, de excelente qualidade), que fica armazenado em tambores de nitrogênio líquido. Os bancos possuem tabelas com descrição física dos doadores, de modo que o casal possa escolher o mais adequado, em geral aquele cujas características se aproximam das do marido. Segundo a legislação brasileira atual, é obrigatório o sigilo, de modo que o doador e o casal não podem ser conhecidos.
Para mais informações sobre reprodução humana, consulte a página:
http://www.hospitalsaopaulo.org.br/reproducaohumana
55392814 – 55395526 – 55392084 – 55392581
Dr Jorge Haddad-Filho, médico do Serviço de Reprodução Humana do Hospital São Paulo