Alterações masculinas respondem, isoladamente, por cerca de 30% dos casos de infertilidade conjugal, e o principal exame que reflete o potencial masculino para a reprodução é o espermograma. No entanto, esse exame, mesmo com resultado normal, não é prova definitiva de fertilidade do homem, sendo apenas uma referência do potencial reprodutivo, já que existem outros fenômenos implicados na fertilidade masculina, que o espermograma não consegue avaliar.
No espermograma habitual, a morfologia (forma) do espermatozoide é avaliada pelo critério da Organização Mundial da Saúde, baseado em estudo de espermogramas de homens com fertilidade comprovada. Com o surgimento dos procedimentos in vitro, foi sendo refinado o estudo da morfologia do espermatozoide até que se chegou à chamada morfologia estrita ou de Kruger, mais precisa que a anterior, pois leva em conta aspectos funcionais do espermatozoide (veja figura):
1. A morfologia da cabeça do espermatozoide está relacionada com o DNA (material genético) e com a penetração no óvulo (o acrossoma libera substâncias que digerem a “casca do óvulo”, facilitando a penetração);
2. Na peça intermediária estão estruturas chamadas mitocôndrios, que produzem energia para a movimentação do espermatozoide;
3. A cauda provê a motilidade do espermatozoide.
Alterações estruturais microscópicas, como as mostradas abaixo, podem ser denunciadoras de problemas funcionais que reduzem a fertilidade masculina.
Assim sendo, o espermograma, para efeito de estudo da fertilidade masculina, deve obrigatoriamente ter avaliação morfológica segundo o critério estrito. Se a porcentagem de espermatozoides normais for menor ou igual a 4%, então a fertilização do oócito tem pequena probabilidade de ocorrer, recomendando-se o uso da fertilização in vitro com injeção intracitoplasmática de espermatozoide.
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Dr Jorge Haddad-Filho, médico do Serviço de Reprodução Humana do Hospital São Paulo