Sabe-se que o potencial reprodutor da mulher tende a reduzir após os 37 anos, tanto pela diminuição do número de folículos (e, portanto, de óvulos) nos ovários quanto pela piora da qualidade dos óvulos.
Assim, é de se esperar que a taxa de gravidez seja menor conforme a idade avança, como mostra o gráfico.
No entanto, a perda do potencial não é uniforme para todas as mulheres. Dependendo de estudos hormonais e ultrassonográficos, podem ser selecionadas pacientes que, apesar da idade, têm possibilidade de engravidar com acompanhamento do médico especialista.
Surge, então, a pergunta: se o casal é normal em todos os aspectos (chamada infertilidade sem causa aparente) e a mulher tem idade ao redor de 40 anos, qual é o procedimento que aproveita melhor o potencial restante dessa paciente, produzindo taxas maiores de gravidez?
Em junho deste ano, uma revista americana altamente conceituada publicou um trabalho mostrando o que é melhor.
A tabela abaixo mostra os tratamentos feitos em cada grupo e as taxas de gravidez, após duas tentativas.
Tratamento | Gravidez (%) | |
Grupo 1 | Inseminação com remédios orais | 21,6% |
Grupo 2 | Inseminação com remédios injetáveis | 17,3% |
Grupo 3 | Fertilização in vitro | 49% |
Fica claro que o melhor procedimento, nos casais com infertilidade sem causa aparente em que a mulher tem idade próxima a 40 anos, é a fertilização in vitro. Outra vantagem desse tratamento é a de possibilitar a verificação genética do embrião, tendo potencial para detectar embriões com síndromes, o que é mais comum nas mulheres de mais idade.
Dr Jorge Haddad-Filho, médico do Serviço de Reprodução Humana do Hospital São Paulo