Os óvulos se desenvolvem dentro de estruturas chamadas folículos que, durante o ciclo menstrual, produzem hormônios femininos. Esses folículos existem nos ovários aos milhares durante o nascimento, e, com o passar do tempo, seu número diminui. Quando a mulher começa a menstruar (menarca), estima-se que o número desses folículos seja pouco mais que a metade do que existia no nascimento. Como os folículos secretam hormônio anti-mülleriano, a medida desse hormônio no sangue da mulher dá uma ideia do número de folículos que existem nos ovários (reserva ovariana): quanto mais alto o valor do hormônio, maior o número de folículos.
O processo de destruição dos folículos continua durante os ciclos menstruais, e é acompanhado do que se chama “envelhecimento cromossômico”, que pode ser resumido como um conjunto de fenômenos bioquímicos que tendem a reduzir a integridade dos cromossomos. Esse “envelhecimento” é particularmente importante quando consideramos o óvulo: como são os cromossomos (portadores dos genes) que coordenam as diferentes atividades celulares, sua desestruturação implica em alterações negativas no seu funcionamento. Dessa forma, à medida que o tempo passa, os óvulos perdem sua capacidade funcional, o que se exterioriza por falhas na fertilização, no desenvolvimento do embrião e na implantação do embrião no útero.
Após os 40 anos, a mulher pode ter tão poucos folículos ovarianos, com tão pouco potencial de desenvolvimento, que a produção de hormônios femininos diminui muito. Essa redução é acompanhada de sintomas: secura e perda da elasticidade da vagina (que leva à dor ao ter relação sexual), irregularidades menstruais (ciclos mais longos ou mais curtos que o que vinha ocorrendo), sensação de calor no corpo às vezes com sudorese abundante (fogachos), perda de libido, irritabilidade, e outros. Trata-se da síndrome do climatério (menopausa). O tratamento específico alivia os sintomas e evita doenças que ocorrem por falta de hormônio, como a osteoporose. Em relação à reprodução, é possível a gravidez por meio de preparo do endométrio e transferência de embriões obtidos por doação de óvulos.
Em algumas pacientes, os sintomas e sinais da menopausa se iniciam antes dos 40 anos (frequentemente perto dos 30 anos). Falamos então em “menopausa precoce” ou falência ovariana prematura. Nessa condição, a dosagem de hormônio anti-mülleriano mostra valores muito baixos. As causas dessa doença são pouco conhecidas, acreditando-se que possam ser genéticas ou derivar de alterações da imunidade. Os sintomas são parecidos com os da síndrome do climatério, e o tratamento é similar. Embora algumas pacientes possam ter remissão espontânea, na maioria das vezes, a gravidez pode ser obtida por meio de transferência de embriões obtidos por doação de oócitos.
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Dr Jorge Haddad-Filho, médico do Serviço de Reprodução Humana do Hospital São Paulo