O número máximo de embriões transferidos, na fertilização in vitro, depende da idade da mulher, conforme resolução do Conselho Federal de Medicina: dois até 35 anos, três até 37 anos e quatro a partir de 40 anos.
Se existe número maior de embriões, estes são criopreservados (congelados) para posterior utilização, em caso de falha na obtenção de gravidez no ciclo em que os embriões a fresco foram transferidos.
Caso isso aconteça, o endométrio (tapete que reveste internamente o útero e onde o embrião é implantado) é preparado especificamente para receber o embrião.
E vem a pergunta: a maior taxa de gravidez ocorre quando são transferidos embriões a fresco ou criopreservados?
Atualmente, após alguns anos de trabalho, há uma resposta aceitável para essa questão. Os dados apontam para uma maior taxa de gravidez com a transferência de embriões criopreservados.
As causas apontadas são:
– a superovulação aumenta muito os níveis hormonais na mulher, prejudicando o desenvolvimento do endométrio;
– a medicação utilizada potencialmente atrapalhando o desenvolvimento do endométrio; e
– o ciclo específico para o endométrio permite uma maior sincronia para a implantação do embrião.
Assim, em alguns casais com falhas repetidas apesar da transferência de bons embriões, uma das possibilidades é o congelamento de todos os embriões e a sua posterior transferência.
No entanto, ainda é muito cedo para decidir, de modo definitivo e para todos os casais, que a transferência de embriões criopreservados produz sempre maior taxa de gravidez. Vale lembrar que cada casal é singular e a orientação médica é o elemento mais importante na escolha do procedimento.
Dr Jorge Haddad-Filho, médico do Serviço de Reprodução Humana do Hospital São Paulo