São os dois mais frequentes procedimentos utilizados em reprodução assistida. Inseminar tem um significado derivado de sêmen, podendo ser entendido como “colocar o sêmen”. No caso da reprodução humana, o que ocorre é a introdução de espermatozoides (spm, na figura) no útero, quanto a mulher está no período ovulatório.
Já a fertilização se refere à introdução do espermatozoide diretamente no óvulo, o que, no caso da reprodução humana, é realizado no laboratório (daí a o nome fertilização in vitro). O embrião formado nessa união será transferido para dentro do útero, como mostra a figura. Assim, enquanto na inseminação intrauterina são introduzidos espermatozoides para dentro do útero, na fertilização in vitro são introduzidos os embriões já formados.
Na inseminação intrauterina, depois que os espermatozoides são colocados no útero, todo o restante do processo é semelhante ao que ocorre naturalmente. Eles devem penetrar nas tubas e atingir o local onde estão os óvulos, que foram previamente capturados pela tuba após a ovulação. A seguir, espera-se que o espermatozoide penetre no óvulo e que se forme o embrião, que deve ser conduzido até o útero pela própria tuba. Assim, para que se possa ter sucesso na inseminação, é preciso que:
1) exista pelo menos uma tuba com funcionamento normal; 2) existam espermatozoides móveis em número suficiente para que possam atingir o óvulo; e 3) a qualidade dos espermatozoides seja adequada (em especial, a morfologia).
Na fertilização in vitro, os óvulos são retirados dos ovários por meio de uma cirurgia, de modo que a interferência do médico é maior do que na inseminação intrauterina. Sob visão do ultrassom, o médico dirige uma agulha para onde estão os óvulos e os aspira. Estes são, então, levados para o laboratório, onde ocorrerá a fertilização in vitro. Um espermatozoide é injetado em cada óvulo (ICSI: injeção intracitoplasmática de espermatozoides), e a fertilização é verificada no dia seguinte. Após três a cinco dias, o embrião formado é transferido para dentro do útero.
A tabela resume algumas diferenças entre os dois procedimentos:
| IIU | FIV |
Precisa de cirurgia | Não | Sim |
Necessita de integridade tubária | Sim | Não |
Motilidade dos espermatozoides | Mais de 5 milhões móveis | Qualquer |
Morfologia estrita dos espermatozoides | Maior que 4% | Qualquer |
Custos | Menores | Maiores |
Taxa de gravidez | 20 a 40% | 30 a 60% |
Embora possa haver uma tendência para a aplicação de fertilização in vitro, porque sua chance de sucesso é maior, a escolha do melhor procedimento a ser utilizado depende do diagnóstico do casal, sempre procurando intervir o mínimo necessário para obter o efeito máximo.
Para mais informações sobre reprodução humana, consulte a página:
http://www.hospitalsaopaulo.org.br/reproducaohumana
55392814 – 55395526 – 55392084 – 55392581
Dr Jorge Haddad-Filho, médico do Serviço de Reprodução Humana do Hospital São Paulo