Conforme já é conhecido, mesmo um processo complexo, como é a fertilização in vitro, não traz garantia de gravidez para o casal. De fato, as chances de gravidez com esse procedimento variam de 30 a 60 % por transferência de embrião. Isto quer dizer que, de cada cem pacientes que recebem embriões, entre trinta e sessenta terão gravidez. Existe ainda uma outra maneira de calcular a taxa de gravidez na fertilização in vitro, que é a taxa de gravidez por casal. Assim, suponhamos que, em cem casais, noventa atinjam a gravidez. A taxa de sucesso será de 90%, sempre mais alta. Nessa segunda forma de cálculo, a quantidade de ciclos que o casal fez até engravidar não interfere na taxa de gravidez, de modo que se um casal teve dez transferências até engravidar e outro teve apenas duas, a taxa de gravidez por transferência será de 2/12 (2 gravidezes em 12 transferências) = 16,6%, e a taxa de gravidez por casal será 100% (duas gravidezes em dois casais). Trata-se de um expediente que torna “maquiada” para cima a taxa de gravidez, escondendo a real efetividade dos ciclos: quanto mais efetivo, menor o número de ciclos para alcançar a gravidez.
1. Algumas das principais falhas que podem resultar em insucesso (falta de gravidez) no ciclo de fertilização in vitro são:
2. Falta de resposta adequada ao estímulo: neste caso, mesmo com a administração de até altas doses de hormônios, os ovários não formam folículos;
3. Ausência de oócitos maduros nos folículos: quando são puncionados os folículos ovarianos formados, verifica-se a inexistência de óvulos ou a ausência de óvulos maduros;
4. Ausência de fertilização do óvulo: após a introdução dos espermatozóides, não há formação do embrião;
5. Desenvolvimento anômalo (ou ausente) dos embriões no laboratório: os embriões, uma vez formados na fertilização, não crescem ou crescem de modo inadequado;
6. Falha na implantação do embrião: quando o embrião é colocado dentro do útero, deve penetrar na membrana que reveste essa cavidade (chamada endométrio) e se desenvolver, o que pode não acontecer.
Nas próximas semanas, comentaremos mais sobre cada uma dessas falhas e o que pode ser realizado para suplantá-las e produzir a gravidez.
Para mais informações sobre reprodução humana, consulte a página:
www.hospitalsaopaulo.org.br/reproducaohumana
Dr Jorge Haddad-Filho, médico do Serviço de Reprodução Humana do Hospital São Paulo